17 abril 2009

UNIVERSALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA UNIVERSITÁRIA

Há quatro anos iniciamos uma discussão pelos corredores da FAFIPA, de que o sistema eleitoral da nossa instituição estava fora da realidade proposta pela democracia universal. Todos sabem que Democracia é o poder do povo, logo se entende que é o poder da maioria.

O movimento estudantil, desde os anos da luta pela redemocratização do Brasil, nas décadas de 1970 e 1980, luta por maior participação nas decisões políticas e administrativas das Universidades e Escolas.

Mas sabemos que a participação dos estudantes na vida política das Universidades está sendo caçada a cada dia.

As Universidades do Paraná não fogem a essa regra. Ano passado os estudantes da UEM, perderam o direito à participação igualitária nas eleições para a Reitoria da Universidade. Ou seja, na UEM o voto dos professores, acadêmicos e técnico-administrativos que tinham o mesmo valor, com a derrota os acadêmicos perderam a representatividade nas decisões políticas da Universidade. Mesmo sendo maioria dentro dos Campos, sua participação foi reduzida a 15%.

O mesmo ocorre na FAFIPA. Os estudantes, mesmo sendo maioria, têm a sua participação minimizada. Nas eleições de 4 anos atrás, o voto da maioria, ou seja, dos acadêmicos, significou apenas 15% do valor total dos votos.

Temos que lembrar ainda que as decisões tomadas dentro de cada departamento, que deveriam acontecer com a participação total dos acadêmicos, são limitadas à presença de apenas um acadêmico. Mais do que isso, muitos professores esquecem, ou não fazem questão de lembrar, de que acadêmicos podem escolher entre eles um representante para participar das reuniões de departamento e que podem votar e opinar nas decisões.

Ainda com relação às eleições dentro nas IES do Paraná, contamos com a política autoritária do Governo Estadual. Ou seja, no dia da eleição os três candidatos mais votados para direção ou reitoria, vão para as mãos do governador, este escolhe quem ocupará o cargo administrativo, independente de ser ou não o mais votado.

A história do movimento estudantil no Brasil, assim como a luta pela redemocratização do país na década de 1980, reclama a participação universal dos acadêmicos, professores e técnico-administrativos nas decisões político-administrativas das IES. Os estudantes não podem ver o direito de cuidar do que é seu caçado por antigos militantes da democracia que se esqueceu de como é frustrante ver a democracia descer pelo esgoto.

Daniel Marques é pós graduando e ex – aluno de História da FAFIPA, daniel.bode@hotmail.com

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